sábado, 5 de dezembro de 2015

O CINECLUBE ZUMBIS APRESENTA: ESPECIAL DO MÊS DE DEZEMBRO DO DIA INTERNACIONAL DE COMBATE À AIDS - "CLUBE DE COMPRAS DALLAS", de Jean-Marc Vallée



No dia 1º de dezembro é celebrado o World AIDS Day. Remetendo a esta data, neste sábado, o Cineclube Zumbis exibirá Clube de Compras Dallas ('Dallas Buyers Club', 2013), dirigido por Jean-Marc Vallée.


O drama é inspirado na história verídica de Ron Woodroof, eletricista de Dallas que, após ser diagnosticado com AIDS, em 1985, enfrenta problemas para conseguir os medicamentos e inicia uma operação de contrabando de remédios não autorizados pelo FDA para os Estados Unidos. Reunindo outros pacientes, funda uma espécie de associação, o Dallas Buyers Club.



Embora o roteirista tenha entrevistado Woodroof, em 1992, o filme só foi gravado 20 anos depois, no período de apenas 25 dias - recebendo dos prêmios no Oscar 2014, melhor ator (Matthew McConaughey) e melhor coadjuvante (Jared Leto, que interpreta a transexual Rayon), além do prêmio de melhor maquiagem, mesmo contando com apenas 250 dólares para esta pasta.



A entrada é gratuita e a sessão terá início às 19h, no auditório do CEI. Mapa aqui: https://goo.gl/Lwytbc

CRÍTICA
No início da epidemia de AIDS nos anos 1980, quando a doença era considerada sinônimo de homossexualidade e drogas injetáveis, o FDA, orgão do governo dos EUA que libera e testa novos medicamentos, começou testes com a droga experimental AZT. O que inicialmente era uma esperança para os soropositivos, porém, em alguns meses já se provava mais um complicador - já que o remédio destruia todas as células, doentes ou não, da vítima.
É nesse obscuro panorama que começa Clube de Compras Dallas (Dallas Buyers Club), longa-metragem de Jean-Marc Vallée (A Jovem Rainha Vitória, C.R.A.Z.Y. - Loucos de Amor) baseado em uma história real, a de Ron Woodroof (Matthew McConaughey), um heterossexual texano que adquiriu o HIV através do compartilhamento de seringas contaminadas e sexo sem proteção.

Woodroof é um ninguém, um sujeito sem perspectiva, que vive de pequenos golpes e não tem pretensões na vida a não ser transar com o maior número de mulheres fáceis que conseguir e tomar algumas cervejas no bar local. No entanto, quando descobre que tem apenas mais 30 dias de vida - "estamos surpresos que você ainda esteja vivo", dizem os médicos - o vagabundo finalmente encontra seu propósito: o de perma

necer vivo.
Dallas Buyers Club revela então a história do "clube de compra" criado por Woodroof, local onde doentes desamparados pelo governo dos EUA podiam tentar controlar seus destinos comprando remédios ilegais no seu país - criando, décadas antes, a base para o coquetel de drogas que é empregado até hoje no tratamento da doença.

As atuações são o ponto alto do filme. McConaughey consegue criar um personagem que aos poucos ganha a simpatia do público e, certamente pensando nas premiações, passou por profundas mudanças em sua forma física para representá-lo. É interessante a maneira como ele, no desejo de viver, torna-se um ativista não-intencional e consegue ainda lucrar com isso. Jared Leto, como o travesti Rayon, é igualmente memorável, cheio de trejeitos bem-humorados e carisma.
O problema é que Dallas Buyers Club chega ao ponto que pretende apresentar lá pela metade do filme - uma crítica ao FDA e seus lobistas - e passa todo o restante dos seus 117 minutos repetindo informações e reempregando soluções narrativas do início, até que termina abruptamente. Uma edição mais rigorosa e um roteiro mais amplo, que explorasse outros aspectos das vidas dessas pessoas, certamente teriam favorecido o filme. Mesmo assim, por falar sobre AIDS com um certo humor e leveza, sem parecer um filme com uma agenda, Dallas Buyers Club merece atenção.
Referências:
http://omelete.uol.com.br/filmes/criticas/clube-de-compras-dallas/?key=80951
TRAILER

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