<ENTRADA FRANCA>
*Após a exibição será feito o debate do filme.
Local: Anfiteatro da Unemat.
Data e Horário: Sábado, 18/07, às 19:oo horas
Título original: “Le Charme Discrete de la Bourgeoisie”
Diretor: Luis Buñuel
Produção: 1972
Lançamento: 22 de outubro de 1972 (Brasil);
15 de setembro de 1972 (França)
País de origem: França
Idioma do Áudio: Francês / Espanhol
Elenco:
Bulle Ogier
Delphine Seyrig
Fernando
Rey
Jean-Pierre
Cassel
Julien
Bertheau
Milena
Vukotic
Paul
Frankeur
Stéphane
Audran
Gênero: Comédia / Drama / Fantasia
Tamanho do arquivo:
4.369 GiB
CLASSIFICAÇÃO: 16 anos
SINOPSE:
<<Em
mais uma de suas travessuras surrealistas extremamante críticas, o espanhol Luis
Buñuel conta a história de seis burgueses que se reúnem para um jantar, mas
que, devido a estranhos acontecimentos, são impedidos.
Talentosa
combinação de realidade e absurdo, este filme de Luis Buñuel é uma ácida e
surrealista crítica à hipocrisia da burguesia, contada através da história de
seis amigos que se reúnem para um jantar que acaba sendo interrompido por
estranhos acontecimentos que misturam realidade com devaneios e sonhos das
personagens.>>
PREMIAÇÕES:
Vencedor
do Oscar de melhor filme estrangeiro de 1973
Curiosidades:
<<No
cinema, surrealismo é sinônimo de Luis Buñuel, um dos mestres absolutos da
sétima arte. Poucos cineastas ostentam tantas obras-primas em suas
filmografias. Além disso, Buñuel foi uma personalidade fora das telas, com suas
declarações polêmicas e sua atitude não conformista (dizia que nada o
contrariaria mais do que ganhar um Oscar de melhor diretor). É dele a famosa
frase "Sou ateu graças a Deus". Luis Buñuel Portolés nasceu em 22 de
fevereiro de 1900, na cidade de Calanda, província de Teruel. Encorajado pelos
pais, decidiu cursar engenharia agrônoma na Universidade de Madri, onde fez um
grupo de amigos, ao qual chamava de "o comando dos putrefatos",
formado por Salvador Dalí, Federico García Lorca, Rafael Alberti, José Bergamin
e Pepin Bello. Com os amigos, Buñuel começou a criar gosto pelo surrealismo e
pelo ateísmo, tornando-se um crítico feroz de toda forma de repressão da
imaginação e da sexualidade. No auge do movimento surrealista, mudou-se para
Paris, onde reencontrou Dalí, com quem realizou Um Cão Andaluz (1928), a mais
bem-sucedida tradução cinematográfica do surrealismo para o cinema. Um clássico
do cinema mundial que se tornou uma das referências obrigatórias da cultura
ocidental no século XX. Ainda com Dalí, filmou outro clássico surrealista -
L´Age d´Or (1930). Por seu conteúdo anárquico, depois de poucas semanas de
exibição, o filme foi proibido na França. Nos Estados Unidos, L´Age d´Or fez
grande sucesso, despertando o interesse dos grandes estúdios no trabalho do
diretor. Depois de Terra sem Pão (1932), documentário sobre a região mais pobre
da Espanha, Buñuel ficou quinze anos sem dirigir longas-metragens. Neste
período, foi morar nos Estados Unidos, onde trabalhou como supervisor da
dublagem em espanhol de filmes da Warner Bros. e escreveu roteiros sobre a
trágica Guerra Civil Espanhola (1936-1939) que não foram filmados. Entre 1939 e
1946, atuou como editor chefe do setor de redação do Museu de Arte Moderna de
Nova York. Em fins dos anos 40, Buñuel decidiu voltar ao cinema. Proibido de
viver na Espanha, onde era visto como inimigo nacional pelo sanguinário regime
do General Franco, o diretor naturalizou-se mexicano. No México, realizou
inúmeros filmes. Uma produção irregular que alternou películas de encomenda,
como uma curiosa versão de Robinson Crusoé, e obras magníficas, como Os
Esquecidos, O Alucinado e Nazarin. A grande fase da carreira de Buñuel começou
em 1960, quando retornou furtivamente à Espanha para dirigir Viridiana,
manifesto anti-católico cuja principal cena era uma paródia à Santa Ceia. O
longa recebeu a Palma de Ouro de Melhor Filme no Festival de Cannes. Nos anos
seguintes, alternando filmes no México e na França, Buñuel sagrou-se mestre da
arte cinematográfica, com uma obra-prima atrás da outra - O Anjo Exterminador,
Simão do Deserto, A Bela da Tarde, O Discreto Charme da Burguesia, O Fantasma
da Liberdade e Esse Obscuro Objeto do Desejo. Antes de falecer no dia 29 de
julho de 1983, na Cidade do México, Buñuel já era um dos mais festejados e
premiados diretores de todos os tempos.>>
CRÍTICA:
<<Surrealismo.
O corrupto Raphael Acosta, embaixador de Miranda, pequeno país da América do
Sul, mais o casal François e Simone Thèvenot e a irmã desta, Florence,
reúnem-se na residência de Henri e Alice Sénéchal para um jantar, enganando-se
no entanto com a data, pois eram esperados para o dia seguinte. Partem todos
para um restaurante, mas desistem quando, lá chegando, são informados de que o
dono acabara de falecer e está sendo velado. Jantar adiado, um novo desencontro
irá atrapalhar os planos do grupo sempre elegante, seja o temor de uma denúncia
à polícia (Acosta, Thèvenot e Sénéchal são traficantes de droga), seja a
chegada de um pelotão do Exército para exercícios de guerra, o grupo parece
jamais conseguir reunir-se à mesa.

Com
um humor negro, absurdo e desconcertante, o diretor/autor Buñuel exerce uma
afiada crítica à hipocrisia e futilidade da classe burguesa, atacando seus
principais pilares: corrupção, drogas, Igreja, Exército. O interessante desfile
de sutis aberrações inclui um arcebispo que se oferece para trabalhar como
jardineiro sindicalizado (e vinga-se a tiros do assassino de seus pais); um
país sul-americano onde a taxa de homicídios é de 1 para 1 (30 mortos por dia);
uma terrorista que persegue o embaixador com cachorrinhos de pelúcia e está nos
sonhos de todos os militares; e mais fantasmas, temores, traumas, venenos,
adultérios, e o que mais houver nas cabeças brilhantes dos roteiristas. Os
sonhos são um detalhe à parte: um jantar num palco onde um dos personagens não
sabe a própria fala, um embaixador criticado por todos os lados que reage
matando o coronel anfitrião, uma mãe de tenente morta saindo de dentro do armário.
E os barulhos. A fim de evitar as explicações estapafúrdias dos burgueses (como
no instante de liberá-los da cadeia), suas vozes são abafadas por barulhos de
rua, ruídos de máquina de escrever ou algo semelhante. De ousadias assim o
cinema atual tem sentido muita, muita falta. (M.L.)>>
Duração: 102 minutos
FONTES:
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