<ENTRADA FRANCA>
*Após a exibição será feito o debate do filme.
*POR OCASIÃO DO DIA NACIONAL DA
VISIBILIDADE LÉSBICA (29 de Agosto)
Local: Anfiteatro da Unemat.
Data e Horário: 05/09, às 19 horas
Título original: “Mulholland Drive”
Diretor: David Lynch
Produção: 2001
Lançamento: 12 de outubro de 2001 / 16 de
maio de 2001 (Festival de Cannes)
País de origem: EUA
Idioma do Áudio: Inglês
Elenco:
Justin
Theroux (Adam Kesher)
Naomi
Watts (Betty Elms)
Laura
Harring (Rita)
Ann
Miller (Coco Lenoix)
Dan
Hedaya (Vincenzo Castigliane)
Mark Pellegrino (Joe)
Gênero: Drama / Neo-noir / Mistério
Tamanho do arquivo: 700 Mb
Qualidade de vídeo:
DVD Rip
CLASSIFICAÇÃO: 12 anos
SINOPSE:
Um
acidente automobilístico na estrada Mulholland Drive, em Los Angeles, dá início
a uma complexa trama que envolve diversos personagens. Rita (Laura Harring)
escapa da colisão, mas perde a memória e sai do local rastejando para se
esconder em um edifício residencial que é administrado por Coco (Ann Miller). É
nesse mesmo prédio que vai morar Betty (Naomi Watts), uma aspirante a atriz
recém-chegada à cidade que conhece Rita e tenta ajudar a nova amiga a descobrir
sua identidade. Em outra parte da cidade o cineasta Adam Kesher (Justin
Theroux), após ser espancado pelo amante da esposa, é roubado pelos sinistros
irmãos Castigliane.
CRÍTICA:
Por
que as pessoas preferem condenar o que não entendem? Na época em que Magnólia
foi lançado, há cerca de três anos, lembro-me perfeitamente das intermináveis
discussões sobre a famosa `chuva de sapos` que ocorria no terceiro ato da
trama: enquanto algumas pessoas tentavam ao menos decifrar o significado
daquela aparente insanidade, outras simplesmente rotulavam o filme de Paul
Thomas Anderson como `bobagem pretensiosa`, negando a impecável lógica e a
riqueza de simbolismos de seu roteiro (para ler a análise que escrevi sobre
esta produção, clique aqui). Infelizmente, a mesma falta de compreensão vem
cercando Cidade dos Sonhos, provavelmente o melhor trabalho da carreira de
David Lynch.
Pelo
menos, é o que pude perceber quando assisti a este magnífico filme pela segunda
vez (a primeira fôra em uma sessão para críticos, que raramente se manifestam
durante a projeção): durante os vinte minutos finais da história, quando as
coisas começam a ficar um pouco menos claras, boa parte do público começou a
rir e a tecer comentários de desaprovação em voz alta – e quando as luzes
finalmente se acenderam, até mesmo vaias puderam ser ouvidas (algo que, pelo
que me disseram, vem se repetindo em outras sessões).

Pois bem: escrevi toda esta (imensa) introdução simplesmente para expressar minha frustração com a falta de reconhecimento ao brilhantismo de Cidade dos Sonhos, uma produção extremamente bem realizada e que traz uma protagonista trágica e comovente. Na realidade, poucas vezes senti tamanha afeição (e pena) por determinado personagem – e confesso que fiquei profundamente chateado ao perceber que sua angústia e seu sofrimento foram recebidos com gargalhadas por parte de vários integrantes da platéia. O filme tem seus momentos engraçados, é verdade, mas nenhum deles acontece no terceiro ato da história.
O
roteiro, escrito pelo próprio David Lynch, conta a história de Betty, uma
aspirante a atriz que chega a Los Angeles com a determinação de se tornar uma
estrela de cinema. Sem ter muitos recursos financeiros, ela hospeda-se na casa
de sua tia, que está fora da cidade, e tem uma surpresa ao encontrar uma
intrusa no local: Rita, uma mulher misteriosa que, depois de sofrer um grave
acidente, perdeu a memória. Juntas, as duas garotas tentam descobrir as
verdadeiras circunstâncias em que o acidente ocorreu e a origem do dinheiro que
Rita traz em sua bolsa (cujo conteúdo também inclui uma estranha chave azul). A
história também aborda os problemas enfrentados por um explosivo cineasta
depois que este se recusa a escalar, como protagonista de seu novo filme, uma
atriz apadrinhada pela máfia.
É
claro que, como estamos falando de um trabalho de David Lynch, tudo acaba se
revelando mais complexo do que o esperado, já que o cineasta utiliza vários
recursos narrativos para contar sua história: flashbacks (que aparecem sem
aviso; sonhos; delírios; e até mesmo cenas exibidas fora da ordem cronológica.
Além disso, Lynch brinca com a percepção do espectador sobre o que é real ou
apenas uma ilusão (tema recorrente no filme) em diversos momentos da projeção:
em certa cena, por exemplo, vemos alguém cantando em um estúdio de rádio - que
acaba se revelando um cenário construído à frente de uma bela paisagem (que,
por sua vez, também se revela apenas um painel localizado em um estúdio
cinematográfico). Desta forma, o público é obrigado a reorganizar mentalmente o
que vê a fim de compreender exatamente o que está acontecendo.
No
entanto, ao contrário do que muitos podem pensar, Cidade dos Sonhos não é um
filme chato de se ver: a maior parte da trama se desenrola de maneira `lógica`,
funcionando (curiosamente) como um noir moderno. O `problema`, como eu disse
anteriormente, reside nos vinte minutos finais da projeção, quando Lynch parece
dizer: `Muito bem... Agora vamos ver o que realmente aconteceu!` (a ironia: até
que isso aconteça, o público não se dá conta de que há algo a se explicar, já
que tudo parece tão óbvio – e a explicação acaba soando mais confusa do que o
mistério em si).

PREMIAÇÕES:
-
Recebeu 4 indicações ao Globo de Ouro, nas seguintes categorias: Melhor Filme -
Drama, Melhor Diretor, Melhor Roteiro e Melhor Trilha Sonora.
-
Ganhou o BAFTA na categoria de Melhor Edição, além de ter sido indicado na
categoria de Melhor Trilha Sonora.
-
Recebeu uma indicação ao César, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
-
Ganhou o prêmio de Melhor Direção no Festival de Cannes.
-
Recebeu uma indicação ao Grande Prêmio Cinema Brasil, na categoria de Melhor
Filme Estrangeiro.
Curiosidades:
Em
um texto especial para o jornal inglês The Guardian, o diretor David Lynch,
também autor do roteiro, elaborou dez pistas sobre Cidade dos Sonhos.
Referências:
Dan: Eu só queria vir aqui.
Herb: Vir à Winkie’s?
Dan: “Esta” Winkie’s.
Herb: Certo, e porque “esta” Winkie’s?
Dan: É meio constrangedor.
Herb: Fale.
Dan: Sonhei com este lugar.
Herb: Tenha dó.
Dan: Não disse?
Herb: Tudo bem. Então você sonhou com
este lugar. Conte.
Dan: Bem... é o segundo sonho que
tive, mas foram iguais. O sonho começa comigo aqui, mas... não é dia nem noite.
É meio penumbra, sabe? Mas é igualzinho. A não ser a claridade. É um medo tão
grande que não sei explicar. Entre todas as pessoas possíveis, você está ali
atrás. Perto do balcão. Você está nos dois sonhos. E sente medo. Sinto mais
medo ainda quando vejo que você tem medo... e aí percebo o que é. Tem um homem...
atrás deste lugar. É ele quem provoca isso. Consigo vê-lo através da parede. Vejo
o rosto dele. Tomara que eu nunca veja aquele rosto na vida real. É só isso.
Herb: Então ... você veio ver se ele
está lá.
Dan: Para me livrar desta aflição horrível...
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Duração: 140 minutos
FONTES:
Cinema em Cena:
IMDB:
Livraria Cultura:
Making Off:
Wikipedia, the free encyclopedia:
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