<ENTRADA FRANCA>
*Sequência de “O Guia Pervertido
do Cinema”, documentário da diretora lançado em 2006
*Após a exibição será feito o debate do filme.
Local: Anfiteatro da Unemat
Data e Horário: 26/09, às 19 horas
Título original: “The Pervert's Guide to Ideology”
Diretor: Sophie Fiennes
Roteiro: Slavoj Žižek
Produção: 2012
Lançamento: 7 de setembro de 2012
País(es) de origem: Inglaterra, Irlanda
Idioma do Áudio:
Inglês
Elenco: Slavoj Žižek
Gênero: Documentário
Tamanho do arquivo: 1.36 GB
Qualidade: DVDRip
CLASSIFICAÇÃO: LIVRE
SINOPSE:
Dirigido
por Sophia Fiennes e ‘estrelado’ pelo filósofo esloveno Slavoj Žižek, este
documentário é continuação do Guia Pervertido do Cinema (2006), no qual o autor
expõe suas ideias e tenta nos conduzir a uma reflexão sobre se existe ou não
atualidade na discussão do conceito de ideologia, e suas formas e mecanismos de
ação, propagação e perpetuação. Toda essa discussão é ambientada nas cenas de
grandes clássicos do cinema.
Slavoj
Žižek, nasceu em 1949 na cidade de Liubliana, Eslovênia. É filósofo,
psicanalista e um dos principais teóricos contemporâneos. Transita por diversas
áreas do conhecimento e, sob influência principalmente de Karl Marx e Jacques
Lacan, efetua uma inovadora crítica cultural e política da pós-modernidade.
Professor da European Graduate School e do Instituto de Sociologia da
Universidade de Liubliana, Žižek preside a Society for Theoretical
Psychoanalysis, de Liubliana, e é diretor internacional do Instituto de
Humanidades da Universidade Birkbeck de Londres.
Em
suas palavras: “O cinema é a mais pervertida das artes. Ele não nos dá o que
desejamos. Ele te diz como desejar.”
CRÍTICA:
Segundo
Zizek, é comum o entendimento de que a pós-modernidade seria um período pós-ideológico,
onde as grandes ideologias já não fariam sentido, e onde a liberdade individual
seria mais valorizada. Entretanto, através de um caminho tortuoso e não fácil
de seguir, ele tenta evidenciar que existe sim uma ideologia vigente
atualmente, e que ela é definidora inclusive da forma que vivemos e nos
organizamos socialmente.
A
ideologia vigente, segundo o documentário, seria a do consumismo, do
capitalismo exacerbado, capaz de destruir o próprio planeta a fim de manter o
fluxo de capitais e a aquisição de lucro. Esta ideologia estaria disfarçada em
uma suposta liberdade para consumir o que se quer, quando se quer, para se ter
prazer sem limites, para fruir a liberdade de escolha. Entretanto revela-se o
paradoxo: somos livres para consumir, ou seja, nossa liberdade de fato serve ao
interesse do capital, o que faz com que esta liberdade de fato seja uma ilusão
criada e mantida pelo capital para que continuemos sendo escravos da ideologia,
sem que a questionemos, sem que percebamos sua ação. Como exemplo, gostaria de
citar o momento em que Zizek analisa a estratégia da rede Starbucks,
evidenciando como a empresa compra a consciência de seu consumidor ao dizer que
embute no custo de seus produtos um valor a ser destinado a causas sociais e
ambientais.
Finalmente,
Zizek tenta demonstrar como exercer a verdadeira liberdade. Através da crítica
da ideologia, e de opções pessoais. Segundo ele, nossos sonhos são o que nos
tornam escravos da ideologia. Se controlarmos nossos sonhos, se sonharmos
desalinhadamente com a ideologia, estaremos caminhando rumo à liberdade. Mas
ele não deixa de salientar que isto é sempre um processo doloroso.
Curiosidades:
Quando
Zizek está falando sobre o filme de John Carpenter, “Eles Vivem”, ele diz que o
nome do melhor amigo de John Nada é John Armitage. No entanto, no filme o nome
dele é Frank Armitage.
Referências:
“Em
‘Tubarão’, de Steven Spielberg, um tubarão começa a atacar as pessoas na praia.
O que esse ataque quer dizer? O que o tubarão significa? Houve diversas
respostas, até mesmo mutuamente excludentes para esta questão. Por um lado,
alguns críticos alegaram que, obviamente, o tubarão simbolizava a ameaça
externa ao americano comum. O tubarão é uma metáfora para desastres naturais,
tempestades ou imigrantes ameaçando cidadãos americanos e por aí vai. Por outro
lado, é interessante notar que Fidel Castro, que adora o filme, uma vez disse
que para ele era óbvio que ‘Tubarão’ é um tipo de filme de esquerda marxista e
que o tubarão é uma metáfora para o brutal grande capital que explora os
americanos comuns. Então, qual é a resposta correta? Para mim, nenhuma delas e,
ao mesmo tempo, todas elas. Americanos comuns, como pessoas comuns em todos os
países, têm muitos medos. Todos temos muitos medos. Nós tememos, talvez, os
imigrantes ou as pessoas que consideramos abaixo de nós nos ataquem, nos
roubem. Tememos que pessoas violentem nossas crianças. Temos medo de desastres
naturais, tornados, terremotos, tsunamis. Tememos políticos corruptos. Temos
medo das grandes empresas que podem basicamente fazer o que quiserem com a
gente. A função do tubarão é unificar todos estes medos de modo que possamos
trocar todos estes medos por apenas um.”
Duração: 150 minutos
FONTES:
Academia.edu:
Diário de Sinop:
Filmow:
IMDB:
Making Off:
Unemat:
Youtube:
Wikipedia, the free encyclopedia:
TRECHO DE "O GUIA PERVERTIDO DO CINEMA"
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